Lucíola - José de
Alencar
|
Conta
a história de Lúcia e Paulo. Lúcia é uma
prostituta de luxo no Rio de janeiro em 1855 e Paulo um rapaz
do interior que veio para a Corte conhecê-la (a Corte). Paulo
conhece Lúcia e se torna seu amante.
Após vários distúrbios do relacionamento e um período onde Paulo
passava 8 horas por semana (não, eu não escrevi errado) fora da
casa de Lúcia, eles entram num período de abstinência. Paulo
não é rico, mas gasta com Lúcia tudo o que pode, desperdiçando
sua pequena fortuna. Lúcia, enquanto isto, guarda todo
dinheiro que ganha. Quando Paulo vê Lúcia com
jacinto, sente ciúmes, mas ela diz ser Jacinto apenas um
negociante (Jacinto é um gigolô). Lúcia vende a casa e vai
morar em uma menor e menos luxuosa. Quando faz isso conta para Paulo
sua origem: seu nome é Maria da Glória e, quando em 1850
houve um surto de febre amarela, toda sua família caiu doente, de
seu pai a sua irmã Ana.
Ela se prostituiu (para Couto, um homem que persegue ela e a
quem ela despreza por toda história) num momento de desespero e seu
pai a expulsou de casa quando descobriu (ela tinha 14 anos). Ela
fingiu sua própria morte quando sua amiga Lúcia morreu e
assumiu seu nome. Nestes tempos Paulo visita-a sempre e eles
tem uma noite de amor. Lúcia engravida, mas adoece ("meu corpo
não é puro"), confessa seu amor por Paulo e, recusando-se a
abortar, morre. Sua irmã Ana, a única sobrevivente após 5
anos, que estava morando com ela, passa a ser como uma filha para
Paulo (mas antes Lúcia… digo, Maria da Glória, tinha
pedido que Paulo se casa-se com ela. Paulo não o fez).
A história acaba com Paulo triste e Ana casada, 6
anos depois da morte de Lúcia. Neste livro Alencar
consegue o impossível: cria uma prostitua que cabe perfeitamente no
molde da heroína romântica: tem o amor idealizado, é adolescente,
fala francês, cose, é bondosa e até mesmo pura (na alma, não no
corpo).
O ambiente também é idealizado: festas luxuosas e presentes caríssimas
ao invés do vício e da miséria; um Paulo carinhoso e
disposto ao celibato; amantes que duram meses e não clientes de uma
única noite. E sobretudo o amor idealizado (e machista): Lúcia
não se permite amar até o fim da vida, e quando o admite
declara-se pertencente a Paulo. |
|