JOSÉ DE ALENCAR
( Mecejana,
CE , 1829 - RJ
, 1877 ) - José
Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana , perto de Fortaleza, Província
do Ceará, no ano de1829. Ainda na primeira infância, transferiu-se com a
família para o Rio. Onde o pai desenvolveria a carreira política e onde
fez os estudos elementares e alguns preparatórios, tendo, retornado à
terra natal apenas uma vez, aos doze anos. Apaixonado pela Literatura
desde a infância, levava em 1843 esboços de romance para São Paulo.
Nesta cidade ficou até 1850. Terminando os preparatórios e cursando
Direito. Em 1877, morre, cansado , desiludido , sempre magoado na vaidade,
tão intensa quanto retraída, embora já então considerado a primeira
figura das nossas letras.
Romances: Cinco Minutos, O Guarani,
A Viuvinha, Lucíola, As Minas de Prata, Diva , Iracema, O Gaucho,
A pata da Gazela, Sonhos d'ouro, Alfarrábios, A Guerra dos Mascates,
Ubirajara, Senhora, O Sertanejo , Encarnação. Teatro: O Demônio
Familiar Verso e Reverso, As Asas de um Anjo, Mãe, O Jesuíta. Crítica
,Polêmica , Publicista: Cartas sobre a Confederação dos Tamoios:
Ao Imperador: Cartas Políticas de Erasmo: Ao Povo: O Juízo de
Deus : A Visão de Jó: O Sistema Representativo. Crônicas e
Autobiografia: Ao Correr de Pena, Como e Por que sou Romancista.
Divisão da obra alencariana.
O romance indianista: O Guarani, Iracema ,
Ubirajara Caracteriza-se por forte impregnação lírica: fundado
antes no lendário que no histórico é um mundo poético que o leitor
encontra, na ambiência, no enredo e principalmente na linguagem. Esse
romance , de caráter lírico, poemático, aproveita o mito e o símbolo
como elemento estético. O mito do "bom selvagem" (Peri,
Iracema , Poti ) que contrasta com a ganância e a falsidade do
civilizado europeu. Tem-se criticado com demasiada falsidade do civilizado
europeu. Tem-se criticado com demasiada facilidade a idealização
alencariana do nosso índio. A verdade é que novelas como Iracema e o
Guarani são inegavelmente belas, válidas como obras de arte.
Como romancista histórico: As Minas de
Prata, A guerra dos Mascates, O Garatuja, Alfarrábios. Alencar
explorou, por exemplo , o mito do tesouro escondido, a lenda das riquezas
inesgotáveis de nossa terra descoberta, que atraiu para ela ondas de
imigrantes e aventureiros, as lutas pela posse definitiva da terra e
alargamento das fronteiras. Mas o histórico é mero pretexto para a trama
novelesca da intensa movimentação e aventuras de imaginação.
No romance urbano: Cinco Minutos, A
Viuvinha, Lucíola, Diva, A Pata da Gazela, Sonhos d'ouro, Senhora ,
Encarnação/ Alencar retrata a vida carioca , com sua gente e
costumes. Dramas morais, tipos femininos complicados, problemas do amor e
do casamento com patriarcalismo determinando as uniões dos filhos- são
outros tantos temas para as novelas de Alencar, que nelas realiza considerável
levantamento da vida burguesa brasileira do seu tempo. Em Lucíola e
Senhora já se notam prenúncios do Realismo.
No romance Regionalista: Aí está um dos
aspectos mais admiráveis do autor: dê-nos um painel das principais regiões
culturais do País, a região sulina, com seus pampas e suas coxilhas ( O
Gaucho) , a vida rural fluminense ( O Tronco do Ipê ) ,o
planalto paulista e o nordestino ( O Sertanejo ) . Como no caso do
romance histórico, não é a realidade, a
verdade em si , que atrai o romancista, e sim o tema que possibilite dar
largas a fantasia , ao seu estilo e ao desejo de lançar os fundamentos de
uma literatura nacional. |