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Letras: com todas as LETRAS - Aluísio Azevedo

 Aluísio Azevedo  

Por Isabel Amadeu, Mayra Rossini, Silvana das Neves e Annie Baracat - UNIP

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luiz do Maranhão no dia 14 de abril de 1.857. Filho de Emília Pinto de Magalhães e do jovem viúvo vice-cônsul de Portugal, Aluísio entraria para sempre na história do país como o introdutor do naturalismo com o livro O Mulato.

        A mãe de Aluísio era uma mulher forte, que naquela época abandonou as convenções sociais e foi buscar a felicidade. Não conformada com a traição do marido, o que era muito comum naquela época, abandonou o lar conjugal levando consigo a filha do casal. Encarou de cabeça erguida os preconceitos que “uma mulher sem marido” sofria, tendo sua situação agravada quando passou a viver maritalmente com o vice-cônsul de Portugal que assumiu sua filha e teve com ela outros cinco filhos.

Ao contrário do que poderíamos imaginar, ela não foi viver afastada de tudo e todos. Ousadamente estabeleceu-se com a família bem no centro da cidade, dando margem a comentários, dos quais ela sequer tinha o trabalho de tomar conhecimento. Portanto, essa ousadia típica de Aluísio talvez seja “genética”, pois ele a exemplo de sua mãe quebrou barreiras e resolveu mostrar a vida como ela é de fato, sem tentar mascarar o lado negro da sociedade e das pessoas.

A trajetória de vida de Aluísio é um tanto quanto interessante, pois começou a trabalhar aos 12 anos, e algum tempo depois já tinha sido despachante de alfândega, guarda-livros, desenhista de jornal, cenógrafo, professor de desenho, jornalista, retratista e gerente de hotel. Podemos perceber que Aluísio fez de tudo um pouco. Aluísio conciliava o trabalho e os estudos e manifestava desejos de estudar pintura.

Obedecendo a um chamado do irmão, o teatrólogo Artur de Azevedo, viajou para o Rio de Janeiro aos 19 anos e começou a estudar na Academia Imperial de Belas Artes. Logo passou a ganhar dinheiro e manter os estudos na Academia criando caricaturas e ilustrações para os jornais Semana Ilustrada, O Mequetrefe, O Fígaro, Zig-Zag e Comédia Popular. Com a morte do pai em 1879, Aluísio regressa ao Maranhão e neste mesmo ano, publica Uma lágrima de Mulher, um romance romântico. Em 1881, publica O Mulato, romance que inaugura oficialmente o Naturalismo brasileiro e que foi muito bem recebido pela crítica e pelo público, por tratar do preconceito racial em plena campanha abolicionista e por sua postura narrativa naturalista nova, quase inédita no Brasil. Entretanto ao reunir traços tanto do dramalhão romântico como da comédia naturalista, revela uma contradição essencial do autor, que na opinião de Lucia Miguel-Pereira: “foi um naturalista com horror a realidade. O seu feitio independente, sempre em revolta contra o meio, devia leva-lo a literatura de evasão, mas a moda do tempo o impelia para a objetividade, e o real que assim se obrigava a buscar não o satisfazia, antes como que lhe repugnava, preso que ficava aos pormenores mais grosseiros”.

Em 1.880 participou do lançamento do O Pensador, um jornal anticlerical, dando nesta ocasião mais uma demonstração de sua ousadia e coragem.

Aluísio ganhou antipatia da sociedade maranhense que recriminava sua linguagem, enquanto que os críticos liberais do Rio de Janeiro elogiavam o autor e sua obra.

Aluísio deixa sua terra natal e parte em 07 de setembro de 1881 para o Rio de Janeiro, onde publicou várias obras, entre elas Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890). Para escrever de maneira mais fiel possível estes livros naturalistas, observou o comportamento humano entre os donos de casas de cômodos. Aluísio era especialista em dar vida aos agrupamentos humanos, às habitações coletivas e as irreprimíveis taras sexuais e vícios.

Viveu aproximadamente 16 anos com o que ganhava como escritor. Publicou neste período romances, contos, crônicas e peças de teatro com ajuda de seu irmão Artur de Azevedo e de seu amigo Emílio Rouéde.

Para continuar escrevendo, foi obrigado a diminuir a qualidade de suas obras, pois escrever no Brasil era uma missão difícil e era, praticamente impossível sobreviver somente da literatura no país.     Por influência de Graça Aranha, presta concurso público em 1895 e torna-se vice-cônsul do país em Vigo, na Espanha. Por causa da nova profissão, viajou muito, esteve em países como Argentina, Uruguai, Inglaterra, Itália e Paraguai.

Uniu-se à argentina Pastora Luquez adotando os dois filhos da companheira.

Aluísio de Azevedo foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em Buenos Aires em 20 de Janeiro de 1913.

 

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